segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Ainda os cartoons…

Bons dias meus caros!!! Cá estou…sim, eu sei…realmente sou uma nódoa no que respeita à frequência da escrita aqui por estas bandas, mas, mais vale tarde que nunca por isso lanço agora a corda dos meus devaneios de 2ª.
Este foi um fim-de-semana como todos os outros…no news por assim dizer, nada que faça tremer o coração ou ganhar suores frios, mas como sabem isso já lá vai… sentimentos desses não se querem até porque são demasiado prejudiciais à saúde mental. Nada como águas límpidas e cristalinas para saber em que terreno pisamos e com o que podemos contar…

Comecei na 6ª com uma visita de um amigo para um lanche rápido e acabei a noite com pessoal muito cool e bem disposto no “café da praça”. Nada como estar com os amigos para estarmos bem.:) Aliás foi assim todo o fim-de-semana, entre família, amigos e descendentes lindos dos amigos.
De estranhar só mesmo o facto de não ter inalado o cheiro do Carnaval, nem sequer por acaso. Este ano não estou mesmo para aí virada o que realmente nem parece meu!!! Mas também, quem comemora o dia das bruxas (sim, que é muito mais VIP, menos banal e mais in tal como eu;) não precisa de se juntar aos demais. Ok!!! Confesso que gostaria de estar tão entusiasmada como vocês…quem sabe se ainda não fico.

Relativamente àquilo que me trás por cá, devo dizer que ando à já algum tempo para comentar algumas situações que tanta tinta fizeram rolar. O meu destaque vai para os ditos Cartoons de Maomé publicados no jornal dinamarquês Jyllands-Posten em Setembro/05 e republicados na Noruega em Janeiro/06, e, por incrível que pareça partilho solenemente da posição do nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros. Liberdade de imprensa sim, disso ninguém tem dúvidas e todos gostaríamos que fosse possível em qualquer parte do mundo, que já não existissem regimes opressores e que andássemos todos felizes e contentes a cantar a Marselhesa, pelos quatro cantos. Mas a realidade está bem longe disso e, por vezes, nem mesmo no nosso país podemos dizer que gozamos desse privilégio das sociedades desenvolvidas. Na minha humilde opinião, existem algumas barreiras que não devem ser transpostas unicamente por sermos seres civilizados e superiores. Concordam comigo que a violência física apenas é perpetrada por pessoas de índole má e natureza inferior, certo? Concordam que opta pela violência quem não consegue fazer valer o seu ponto de vista/ posição de outra forma, certo? Concordam também que a violência é uma forma de chamar a atenção, certo? Ora, se isto vale para a violência física, em nada o podemos diferenciar da violência psicológica, portanto a questão primordial é saber qual a fronteira que ultrapassa o simples mau gosto e chega à violência psicológica. Parece fácil mas se assim fosse não teria havido tanta polémica e mortes associadas. Tudo depende da perspectiva e da capacidade para se posicionarmos na pele do outro. Compreendo que seja bastante difícil para um ocidental conseguir fazer este exercício mental, especialmente quando vivemos toda a nossa existência numa sociedade aberta, onde o mais estranho é não conseguirmos dizer aquilo que pensamos, mas por vezes é preciso assumirmos a responsabilidade de sermos mais inteligentes e/ou talvez a palavra correcta seja evoluídos, não condicionados pela sociedade, para entendermos o que é viver num país onde nos formatam à nascença sob um conjunto de regras muito rígidas que não evoluíram rigorosamente nada nos últimos dois mil anos. Esta é a grande diferença entre a liberdade de imprensa e o caluniar de uma civilização estagnada no tempo. Deixando a ingenuidade de lado e olhando para a realidade tal como ela é o protagonismo pretendido com a publicação destes desenhos foi excedido na totalidade e o objectivo singular de mérito e reconhecimento pessoal do seu autor foi sobejamente alcançado.
Por mim fica a questão - Valerá a pena a afirmação pessoal ou o estado de graça (um dos poucos valores que a nossa sociedade nos obriga a assimilar) à custa de sangue de sociedades que estão num patamar diferente da evolução? Não teremos nós a obrigação de sermos mais inteligentes e de vermos além do nosso umbigo???

Por agora fico por aqui. Divirtam-se muito!! Beijocas para toda a comunidade virtual, não virtual e afins.

domingo, fevereiro 12, 2006

Vigília dominical

Boas meus caros!!
Isto de viver todos os dias tem muito que se lhe diga, talvez por isso não tenha tido nada de muito relevante para contar a V. Exas. Mas hoje, após uma noite mal dormida, cá estou, enfiada num pequeno sótão, rodeada de papeis por todos os lados (ou não estivéssemos nós, TOCs de serviço, a querer cumprir o nosso sigiloso dever), com o bichinho virtual a roer…

Apetece-me divagar sobre a felicidade humana, mas sinto-me como se tivesse intentado contra a moral, numa gigante ignomínia, digna de um ser humano completamente imperfeito, vil e pecador. Sim, admito, sou culpada!!! Culpada de querer sentir todos os milésimos de segundo aquela maravilhosa sensação de paz interior, estar naquele sítio onde tudo à volta está simplesmente perfeito, como se o tempo tivesse parado e nem sequer a brisa corresse (mesmo a que me lava a alma), como se Deus nos tocasse e transformasse em algo belo, brilhante, magnífico e superior.
Mas a realidade é outra…muito longe desse nirvana, e demasiado perto do abismo. Devia ter aprendido com a Eva que a maçã é intocável, simplesmente uma ilusão das nossas frustrações, devia ter sido mais hábil ao contornar a natureza, devia saber que querer reviver um passado perdido tem um preço a pagar e esse preço é a nossa integridade - aquela que nos faz erguer a cabeça enquanto Mulher ou Homem e nos autoriza a falar.
Hoje sou só mais um ser, como qualquer outro sem distinção, nem cor, nem objectivos, apenas dor. Não física como era suposto, mas um amargo sabor. Errar é humano, bem podem dizê-lo, mas essa é a desculpa de todos os dias, aquela que usamos quando nada mais faz sentido e nos trai pela vaidade de sermos diferentes dos outros.
Sinto que estou à procura daquilo que já tenho e essa é a prova da minha perniciosa imbecilidade…
Tenho pena de não ter bebido mais uns copos ontem e ter mergulhado naquela agradável inconsciência mundana que nos faz viver para o momento; tenho pena de não ter prestado mais atenção à minha querida princesa Su; tenho pena de não ter mergulhado mais na noite; tenho pena de não ter sido eu e acima de tudo, tenho pena de não conseguir ter pena!!!

Amanhã será outro dia, outra semana, outro mês, outro ano e tenho a certeza que outra vida.

As promessas de fim de ano nunca me disseram nada, mas aqui e de pés juntos, prometo acordar para voltar a ser EU!!! Aquela que já fui e que quero continuar a ser.

Por agora fico por aqui. Beijocas para toda a comunidade virtual, não virtual e afins.